segunda-feira, 9 de junho de 2014

Estado promove a inclusão da pessoa com deficiência no mercado

“Quero conseguir meu emprego ainda hoje. Não consigo ficar parado”. Encaminhado para uma conversa com o gestor de uma rede lojas de roupa varejista, Rodrigo Branco, de 17 anos, foi uma das centenas de pessoas com deficiência (PcDs) presentes no Dia D - Dia da Inclusão Social e Profissional das Pessoas com Deficiência e dos Beneficiários Reabilitados. O Centro Cultural São Paulo recebeu o evento da Capital, durante esta sexta-feira (30).

Depois de ser acometido por uma meningite com 23 dias de vida, Rodrigo apresenta epilepsia e deficiência intelectual. Com a carta em mãos, o jovem se dizia “ansioso” pelo encontro agendado no shopping Mauá e a iminente conquista do primeiro emprego formal. Antes, trabalhou como ajudante de pedreiro com seu pai.  A iniciativa do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em parceria com as secretarias de Estado e a iniciativa privada, pretende ampliar o número de PcDs admitidas no país. Entre os presentes, o superintendente e o coordenador de inclusão do MTE, Luiz Antônio de Medeiros e José Carlos do Carmo, o “Cal”, respectivamente, a supervisora do Padef (Programa de Apoio à Pessoa com Deficiência), Marinalva Cruz, e demais representantes do  governo federal, estadual e municipal. Foram 35 empresas presentes e mais de 500 vagas disponibilizadas neste evento. Programação também contou com palestras de sensibilização e explicativas.

“A inclusão é uma via de mão dupla” - Atuante na inserção das PcDs no mercado de trabalho paulista, o Padef, programa vinculado à Secretaria estadual do Emprego e Relações do Trabalho (SERT), realizou 400 atendimentos em seu estande. Entre os serviços prestados, recebimento de currículos, cadastro e encaminhamento às vagas, além de emissão de carteiras de trabalho. “Não queremos que as pessoas com deficiência tenham acesso ao mercado de trabalho porque existe uma legislação (Lei de Cotas). A inclusão é uma via de mão dupla. Que possamos, cada um na sua área de atuação, sermos multiplicadores da inclusão”, resumiu Marinalva.

Atualmente, segundo o censo 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no Brasil, são quase 46 milhões de PcDs, o que representa 23,9% da população. Em São Paulo, são 9,344 milhões. Deste total, de acordo com a RAIS 2012, do MTE, o Estado tinha 106.133 pessoas empregadas em regime CLT. Último a discursar, Medeiros abordou o atual cenário e as mudanças necessárias para a efetiva mudança na sociedade. “Apesar de todos os avanços, estamos atrasados. Por isso, o Dia D. Uma data destinada à troca de ideias, de unir esforços. Incluir,sem qualquer preconceito”.  A Banda Sossego, da APAE-SP, encerrou a abertura do evento com uma apresentação musical e de dança.

Carência na qualificação profissional - A responsável pelo programa de inclusão de PcDs no quadro funcionário de uma multinacional do ramo eletrônico, Najara Hartes, destaca qualificação e nível de inglês como as principais dificuldades na contratação. “Cerca de 95% de nossas vagas exigem nível superior, seja cursando ou concluído, e, ao menos, o nível intermediário de inglês. Temos percebido que o mercado está se movimentando e as pessoas com deficiência têm procurado se capacitar mais para ocupar estes postos de trabalho.

Sobre o Padef - Desde 1995, quando foi criado, o Padef inseriu mais de 14 mil PcDs no mercado de trabalho. O Programa oferece avaliação de perfil profissional, orientação quanto ao laudo médico e as exigências do mercado de trabalho, encaminhamento para cursos e/ou vagas disponíveis, emissão de carteira de trabalho e habilitação do seguro-desemprego e divulgação de oportunidades de emprego. Para os empresários interessados na contratação, o Padef realiza processo seletivo, orientação para análise de funções e palestras de sensibilização.

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